Bem e Mau Blasfêmia
Aprisionado em meu âmago sem nexo.
Um punhado de sentimentos complexos.
Que me corroem, dançam, brigam,
se lambuzam nas entranhas da minha alma.
Logo desta orgia, nasce, berra e chora a confusão!
A qual não me cabe explicação.
Eis que relembro a Deusa, a mãe, quem me domina.
Se não todos os homens.
Luxúria!
Um nome miserável para tão voraz.
Dentro dela está à futilidade, o desejo, o egoísmo.
A perversão e sabe-se lá mais qual.
Dentro dela está o mau!
O que move o homem, se não a sede, o desejo, o egoísmo?
Amor? Outro filho da Luxúria.
O mais avassalador, ultrapassa o mau!
Fantasiado de anjo alado.
Cega o homem, que pelos desejos torna-se manipulado.
E os desejos o carregam direto para a bocarra da Deusa.
O que existe além do mal? O que há além da Luxúria?
Se tudo que fazemos, sentimos e queremos é para nós?
Egoísmo puro e descarado é amar.
Creio que não compreendas sem ter muito que pensar.
Vivemos para nós, amamos para nós, sofremos para nós.
Natureza humana profana, contraditória.
Luxúria e mal, festejam sua glória.
E o homem alucina saber.
O que é bom e mal.
Sendo que a bondade.
É irreal.