Oratório para a Imaculada Conceição
Edson Gonçalves Ferreira
I
Sou eu, Mãe de Deus, Senhora,
Senhora nossa,
Senhora vossa, quem
De joelhos vem
Aos vossos pés,
Sagrados pés,
Suplicar por toda minha gente,
Angustiada gente,
Nesta terra conhecida,
Primeiro,
Como Terra,
Terra de Santa Cruz.
II
Olhai, Senhora, para os nossos campos,
Férteis campos,
Cantados campos,
Em belos hinos
Ditos varonis. Olhai, Senhora, olhai...
_ Concebeis, Senhora, justa a pobreza desse povo,
Explorado povo,
Pobre povo,
Sofrido povo,
Injuriado povo, Senhora?
III
Olhai, Senhora, para os nossos rios
Caudalosos rios,
Gloriosos rios
Proclamados em verso e prova.
_ Podeis crer que essa gente,
Muita gente,
Sofrida gente,
Minha gente,
Morre de sede, Senhora?
IV
Sou eu, Santa Maria,
Imaculada Maria,
Graciosa Maria, quem vem.
De joelhos,
Posição brasileira, pedir
Sem entrar em filas,
Em longas filas,
Em cansadas filas,
Em dolorosas filas,
Para que o Vosso Santo Olhar volte para mim
E para o meu,
Para o meu pobre e sofrido e conformado povo.
V
Vede, Maria, vós que foste esposa,
Delicada esposa,
Venerável Esposa,
Preciosa casta,
Casta esposa,
De um simples,
De um simples carpinteiro,
Quantos josés e quantas marias
Estão ajoelhados como eu,
Esperando sua benção,
Sua sacrossanta benção,
Sua fecunda benção para que,
Em verdade,
Como prometido foi
“Nossos bosques” tenham “mais vida”
E “nossas vidas, mais amores”.
VI
Sim, sou eu, Maria,
Santa Maria,
Abençoada Maria,
Milagrosa Maria, quem ajoelha
Aos vossos pés,
Santos pés,
Tradicional posição e posição brasileira,
Para pedir-vos um milagre,
Um milagre imenso,
Um milagre intenso:
Que nos ajude a acordar esse povo mergulhado
Em seu “berço esplêndido”
Para os sons dos rios, dos mares que estão morrendo, Senhora.
VIII
Sim, Senhora,
Quero o milagre imenso
E fazer qualquer coisa,
Alguma coisa,
Iluminado por aquela tão idolatrada “luz do céu profundo”
E que tenha força, Senhora,
Senhora nossa,
Para o “desafio no próprio peito à própria morte”.
IX
Sou eu, Maria,
Padroeira do Brasil, quem implora
Não o milagre material,
Um maná caído do céu,
Mas antes,
Muito antes,
O quanto antes, Senhora.
Que façais com que o fogo do Espírito,
Do Santo Espírito,
Do Espírito Santo,
Desça em língua de fogo
E queime o pensamento dos josés
e das marias de minha terra
Para sair da posição incomoda e tradicional:
De joelhos
E, de pé, reconquistar “com o braço forte”
O que é nosso.
X
Sim, Senhora primeira do universo,
Mãe de toda a Criação,
Iluminar o nosso olhar que deveria ser
Gigante,
“Gigante pela própria Natureza”
Assim seja,
Amém.
Extraído do livro “Nas garras de Deus”, de Edson Gonçalves Ferreira, publicado em 1984 e registrado na Biblioteca Nacional Brasileira e na Library of Congress The United States of América (Proibida a publicação por terceiros).
Edson Gonçalves Ferreira
I
Sou eu, Mãe de Deus, Senhora,
Senhora nossa,
Senhora vossa, quem
De joelhos vem
Aos vossos pés,
Sagrados pés,
Suplicar por toda minha gente,
Angustiada gente,
Nesta terra conhecida,
Primeiro,
Como Terra,
Terra de Santa Cruz.
II
Olhai, Senhora, para os nossos campos,
Férteis campos,
Cantados campos,
Em belos hinos
Ditos varonis. Olhai, Senhora, olhai...
_ Concebeis, Senhora, justa a pobreza desse povo,
Explorado povo,
Pobre povo,
Sofrido povo,
Injuriado povo, Senhora?
III
Olhai, Senhora, para os nossos rios
Caudalosos rios,
Gloriosos rios
Proclamados em verso e prova.
_ Podeis crer que essa gente,
Muita gente,
Sofrida gente,
Minha gente,
Morre de sede, Senhora?
IV
Sou eu, Santa Maria,
Imaculada Maria,
Graciosa Maria, quem vem.
De joelhos,
Posição brasileira, pedir
Sem entrar em filas,
Em longas filas,
Em cansadas filas,
Em dolorosas filas,
Para que o Vosso Santo Olhar volte para mim
E para o meu,
Para o meu pobre e sofrido e conformado povo.
V
Vede, Maria, vós que foste esposa,
Delicada esposa,
Venerável Esposa,
Preciosa casta,
Casta esposa,
De um simples,
De um simples carpinteiro,
Quantos josés e quantas marias
Estão ajoelhados como eu,
Esperando sua benção,
Sua sacrossanta benção,
Sua fecunda benção para que,
Em verdade,
Como prometido foi
“Nossos bosques” tenham “mais vida”
E “nossas vidas, mais amores”.
VI
Sim, sou eu, Maria,
Santa Maria,
Abençoada Maria,
Milagrosa Maria, quem ajoelha
Aos vossos pés,
Santos pés,
Tradicional posição e posição brasileira,
Para pedir-vos um milagre,
Um milagre imenso,
Um milagre intenso:
Que nos ajude a acordar esse povo mergulhado
Em seu “berço esplêndido”
Para os sons dos rios, dos mares que estão morrendo, Senhora.
VIII
Sim, Senhora,
Quero o milagre imenso
E fazer qualquer coisa,
Alguma coisa,
Iluminado por aquela tão idolatrada “luz do céu profundo”
E que tenha força, Senhora,
Senhora nossa,
Para o “desafio no próprio peito à própria morte”.
IX
Sou eu, Maria,
Padroeira do Brasil, quem implora
Não o milagre material,
Um maná caído do céu,
Mas antes,
Muito antes,
O quanto antes, Senhora.
Que façais com que o fogo do Espírito,
Do Santo Espírito,
Do Espírito Santo,
Desça em língua de fogo
E queime o pensamento dos josés
e das marias de minha terra
Para sair da posição incomoda e tradicional:
De joelhos
E, de pé, reconquistar “com o braço forte”
O que é nosso.
X
Sim, Senhora primeira do universo,
Mãe de toda a Criação,
Iluminar o nosso olhar que deveria ser
Gigante,
“Gigante pela própria Natureza”
Assim seja,
Amém.
Extraído do livro “Nas garras de Deus”, de Edson Gonçalves Ferreira, publicado em 1984 e registrado na Biblioteca Nacional Brasileira e na Library of Congress The United States of América (Proibida a publicação por terceiros).