(Re)conhecimento

Tateio as cicatrizes do concreto, alheia

à escuridão dessas paredes inquietas.

Riso ensandecido e uma convicção me moldam;

A vida é um longo suspiro.

O corte é como um despertar

Olhos abertos em uma manhã qualquer:

Reconhecimento, escarlate e um sorriso largado.

Não há nada ali que me faça tremer.

Não há nada ali que me faça crer.

A mente, essa navalha, sussurra em tons metálicos.

Mas eu vou deixando ela me guiar,

Sabendo que meu destino é lugar nenhum.

A morte é um estado de perfeição.

O silêncio é a insistência da contemplação.

Como uma vela no castiçal,

Nós queimamos.