Caim
Há um pássaro gigante
dentro do meu espaço
apertado entre angústia e alma
Sinto asas encolhidas
pressionando meu peito
Ainda arfa
angustiado pelo cheiro de céu puro
Alimento-o clandestinamente por única fresta
com restos de fábulas
Madrugada
lascina canto
chamando ...chamando...
Inútil lamúria
Oferenda que nunca será aceita
Ódio único retorno em recompensa
Nada compensa ao deus sem asas
Enquanto me tento infinito
sabendo-me sê-lo
escapo-me por desenganos atávicos
Sequioso
bebi fogo, amores, vidas e mortes
a escorrer pelo canto da insatisfação