Caim

Há um pássaro gigante

dentro do meu espaço

apertado entre angústia e alma

Sinto asas encolhidas

pressionando meu peito

Ainda arfa

angustiado pelo cheiro de céu puro

Alimento-o clandestinamente por única fresta

com restos de fábulas

Madrugada

lascina canto

chamando ...chamando...

Inútil lamúria

Oferenda que nunca será aceita

Ódio único retorno em recompensa

Nada compensa ao deus sem asas

Enquanto me tento infinito

sabendo-me sê-lo

escapo-me por desenganos atávicos

Sequioso

bebi fogo, amores, vidas e mortes

a escorrer pelo canto da insatisfação

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 13/07/2005
Código do texto: T33743