PLUVIOSIDADE HUMANA
Bonança!
De repente,
de novo,
uns trás outros,
sucedem-se pingos;
intemperes gotejam.
Garoas, choviscos,
uma poça se forma aqui,
outra ali ...
Precipitações umidecem alegrias.
Água cai
e dissolve laços.
O par reclui-se à solidão.
Nuvens se turvam,
céus faíscam,
rugem trovões;
ânimos ouvem-se em estrépitos sons.
Armados os vendavais,
corações se inundam.
Catástrofe!
Caos na alma!
Olhos alagados
prestes ao naufrágio,
paixão arca com dilúvios de mágoas.
...
Eis quando,
em meio a instabilidade recorrente,
transcedente,
surge o amor em resgate.
Salva, a união se reata, clareia
e, outra vez, sobrevive ao turbilhão.
Bonança!