SOU-TE AMOR MEU, SOLTE-ME!

Eu não sou quem pensas que sou

Sou um forasteiro

Uma canção que não cantou pro cancioneiro

A urtiga que invadiu o teu canteiro

Sou a almofada sem o tinteiro

Sinto teu cheiro

Teu aroma acre doce

Sou teu marrom glacê

Pareço ser

Assim é se lhe parece

A laranja às vezes amarela

Abrimos portas ao invés de janelas

Limpas meus olhos

Não consigo ver-te verde

E meu mundo se recolhe

Colhe a flor do meu arbusto

A todo custo

Levo um susto com teu busto

Saem deles cálices em copos de leite

Deleite-se comigo

Deite-se comigo

Sai de meu umbigo uma flor de Narciso

Sou a bola que rola

A torcida que chora

A vitória que a derrota implora

Sou Armstrong que ensina

Sou a decoração indizível da Cora Coralina

A serpentina gelada do chope da esquina

Tudo vai tudo fica tudo se estica até a vida

E assim as horas vão murchando suas flores

O espelho da noite não desgruda de meus olhos

A abertura do mar vermelho

Sou eu que atravesso separando

O dia que não invade a madrugada...

Sou a parada feita de glória e brilho

A estrela geme, orvalhando sua afilhada

A noite gelada tece grãos

Minhas pétalas cristalizadas sorriem

E não entende quem somos

Mais somos a soma dos anciões

Senhores do tempo que

Cincuncidam circunvoluções...

(*Todos os textos de minha autoria são inspirados no amor universal e não reflete necessariamente uma experiência de cunho pessoal)

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 30/11/2011
Reeditado em 30/11/2011
Código do texto: T3364178
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