o tempo

há um espaço

inominável

todavia tão viscerado

que brinca com as formas

e as cores

de seu jeito próprio.

há um alguém

entre-mundos

que baila

sem o saber

o ardor de uma valsa

ofegante

ela brilha, sim ela brilha

com os pés ainda descalços

lançando-se ao clarão

das coisas

(porvir)

há o quê não se sabe

tão presente

que molda as marés

e nos traz conchinhas

mui claras

(sim, elas brilham)

para enfeitar o tempo que resta