E assim passa o tempo
 

Passam as horas, correm os dias,
vão-se os anos... assim passa o tempo,
que não passa lento e tem força premente...
Passam pessoas, coisas; e rios
que nascem das chuvas, em águas torrentes,
transformando os tempos de calor e de frio.

Vêm e vão as quatro estações;
folhas caem por força dos ventos.
Vão e voltam diversas emoções
em dias felizes, vezes, sombrios.
É um vaivém de mutável alento,
com alegrias, tristezas, enfim, desafios...

Nascem flores, frutos e mais folhas;
e morrem, resumindo-se a nada,
em madrugadas e noites ao relento...
Sou assim nas minhas caminhadas,
que ainda permeio de bons pensamentos...

Vivo escrevendo os aromas e as cores
das primaveras e outonos da vida;
descrevendo as dores das despedidas
de pessoas, de coisas, antes unidas
a mim em sorrisos e hoje partidas...

Ver passar o tempo é meu passatempo,
não predileto, mas o que ora me é certo,
distante de tudo em certos momentos
e às vezes, de todos, que nem num deserto.

Vão-se minhas horas por minutos conexos
e segundos expressos me trazendo agonia.
E, muito embora eu me ache desperto
me perco no tempo, como nesta poesia...
E assim passa o tempo, sem volta, decerto.

 

Imagem: Google – dapoesiaaocaos.blogspot.com

AURISMAR MAZINHO MONTEIRO
Enviado por AURISMAR MAZINHO MONTEIRO em 25/11/2011
Reeditado em 23/08/2021
Código do texto: T3356294
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