TROMPETE MORTUÁRIO
Não podemos abraçá-la
Mais o que existe além da existência
Se não ela?! A sombra...
A sombra é o espelho
Do que pensamos ser
Passamos sem saber quem somos
Tanto para o sonho
Quanto para o pesadelo
Na escuridão somos todos iguais...
Pequenos traços pequenos troços pequenos trecos
E no porta retratos ecos sem vida murchas flores
Sorrisos que se foram raptados pelos ceifadores...
Que conhecem nossas dores sem conhecermos quem são
O fato é que estamos caminhando pra sua prisão
Com nada nas mãos nem pra tentar uma aposta
Navalhas pra circuncisão
Procissão sem procura
Corpúsculos e músculos
Ostracizados no chão a inerte criatura
Flor do esquecimento jejuando na lápide escura
Assinalando na terra sua digital feita de ossatura
E vermes em total cavalgadura
Enxertando-se na carne dura
Pra sobrar espaço pra sua tubária laqueadura
Porque nos deram a terra como nossa crosta
E depois nos deram à costa como única resposta....