EXPLODA**

Não quero nada aprovar.

Provar a vida me basta.

Queria quando, queria muito

entender o que,

onde está o sentido de existir.

Não vou vencer,

não quero derrotar,

não é preciso,

não é exato,

ninguém precisa perder

para o outro ganhar.

Vou me doar ao dia.

Tranqüilo.

Ser certo é bonito

Levantar cedo, ceder,

ser uno, coeso, inteiro.

É ótimo ser bom,

ter o dom da claridade.

Não vou conquistar o mundo,

que ele me espere com seus dragões,

que exploda seus vulcões,

que rompam os terremotos,

que soltem seus leões,

um a cada manhã.

Não quero nada provar,

ser menos ou mais,

ou ser 100% racional.

Deus, bastante em si,

distribui-se a todos

a quem crê ou descrê.

Pra mim me basta

o sol, a chuva,

o perdão pelas heresias

e o pão. E se não tiver

que se busque onde tiver estocado

E se mude tudo.

Não sou livro aberto,

estrada reta.

Torto, me busco e me alcanço na curva.

Para o ocidente me oriento,

senhor de mim não me conheço

e a cada dia me revelo.

Eu sou o que é e será

segundo após,

segundo penso.

Planto se chover.

Colho de der.

Meus pensamentos são nada,

são só ações adolescentes,

inconseqüentemente me exploro a exaustão.

Colocar um ponto final é duro,

mas é preciso e necessário.

cp-araujo@uol.com.br