Perdas e Ganhos?!
Quebraste o fogo de minha alma ao partir
Para as veredas mortas de um outro coração.
O olhar da Tristeza infectou o que era tão são
De minha antiga alma, e escravizou o meu sentir.
Como pude ser tão tolo, tão estúpido e cego?
Minha razão foi derrotada por minha auto-ilusão
Ao projetar em teu ser uma fictícia construção
De um amor que pensei existir, mas que hoje renego
Em cada pessoa, em cada universo, até em mim.
As flores do Ressentimento eu atirei aos teus pés,
Pois nem dignas de meu ódio e desprezo já não és,
Embora o naufrágio da Dor não atinge do Abismo o fim.
Tua ausência hoje cultiva os jardins de minha Alegria;
Minha tristeza sempre alegre dança nos carnavais da Solidão,
E nos abraços sempre abertos da Dor encontrei a euforia
Por romper os julgos em sempre algo se amar da Escuridão.
[Ao ir embora para longe de meu estado psico-social meu irmão
O sol em minha alma se apagou na luz crepuscular por completo.
Meu Mundo caiu então nos abismos que antes eram Retos,
E fui banido a pontapés do santuário de Deus pelo próprio Perdão.
Minha alma, em seu motim inexorável entre meus impulsos com meu ser,
Levou meu coração bucólico aos penhascos de te ver indo embora.
Meus sonhos foram fuzilados pelas tropas do Desprazer,
ao ver teu barco tão distante, o meu Cais naufragou de todo Agora.]
Eu perdi tanto de mim, e em mim, ao buscar te encontrar;
porém eu me encontrei em minha sanidade insana quanto perdi tudo;
não são versos ambíguos, apenas tristes ao demonstrar
que há curas e respostas no aparente veneno repulsivo e mudo.
O que eu poderia fazer comigo mesmo?
Como, e o que eu posso te explicar?
Toda resposta e argumentos não podem justificar
A queda indefinível no labirinto de meu Pensar a esmo.
Pois no coração de quem afirmamos com tanta convicção amar
Só residem as trevas encobertas por brilhos áureos falsos.
Caminhei tanto tempo nas profundezas de teu ser descalço,
mas que na deriva de ti possas encontrar tua real ilha e teu verdadeiro mar.
Gilliard Alves Rodrigues