CÉLERES ONDAS
JUliana Valis
Onda célere de luz no escuro
Tu tens sina, tu tens brilho
Tu tens a máxima ação-futuro
Tens o vácuo de onde saiu teu filho
Ondas escuras na célere luz
O brilho opaco da dura sina
A lei universal de carregar a cruz
O vácuo denso que a vida ensina
Ondas luminosas no escuro célere
A máxima opaca da tua vã conduta
O destino afoito que se torna incólume
A vitória que perde em toda sã disputa
Ondas, ondas, luminosas ondas
Perfeições do nada que arrefecem tudo
E, velejando, levam até tu, que andas
Tão cego, louco, viajante, mudo
Ondas, ondas, céleres ondas
Que vão, que vêm,
Que nunca são quem sondas
O tumulto rápido que ecoa alguém
Ondas, ondas, escuras ondas
Impregnam o mundo com todo o céu
E se vangloriam, pois não são humanas
São tudo, nada, paz e escarcéu.