Albatroz , Ópio & Amor

Dê-me ópio para meu sossego

Para o que não mais agora me desapego

Dê-me a paz que há tanto tempo busco

Como no cais o barco sofrível no vento bruto

Dê-me a mão a guiar-me os passos

No silêncio desse menino veloz

Como um ferido albatroz

que insiste em voar por seu sustento

Mesmo no incessante vento

Que passa entre suas asas

Sente a dor da espera

O desalento do caminho

Por mais pássaros que voem no celeste

Ele sempre se encontrará sozinho

Dê-me ópio para o meu sossego

Ou dê-me amor para o meu desejo

De não mais sentir dor

A cada vez que me respira o peito.