TRANSCENDENTALISMO
 
A natureza é vida, vida abundante, cheia de sentimentos.
Até as pedras têm dores, sentimentos,
Resistem à ação de removê-las do repouso,
De serem subtraídas do estado íntegro, completo.
Sonham no alento da noite, sonhos vazios, frios.
As pedras são tristes, sentem-se largadas.
Os grandes rochedos sonham sonhos enormes, ocos.
Emerson, pensador aquilino, acreditava
Que o homem e a natureza tinham um convício pacífico, harmonioso.
Esqueceu dos sentimentos.
A natureza copiou do homem natural suas principais características:
Dor, egoísmo, apego ao estético.
Não obstante, esqueceu do remorso, da angústia, o medo.
A natureza não tem crença, nada...
 
É primavera no Grande Vale.
Época de flores, o cheiro contagiante à beira do caminho,
O verde exuberante, orgulhoso de si na planície.
A brisa da manhã contaminada pelo poder criador.
A vegetação cheia de ornamentos na Grande Serra.
As flores de mucunã em um orgasmo de beleza.
 
Seria assim, se a natureza não fosse vingativa e egoísta nos intentos.
Prevalece a vegetação nua, dolorida por dentro, desprovida de adornos.
Percebeu que estamos tratando-a sem sentimentos afetivos.
Usa a desculpa de que perde as folhas, os frutos;
Deixa de nos presentear com flores, amores
Unicamente para sobreviver ao período sem chuvas.
 
A natureza choveria se assim o desejasse em seu coração.
 
Ela não pensou em mim ou talvez tenha aprendido comigo.
O fato é que temos um relacionamento conflituoso.
Prevalece o estado de guerra iminente, aniquilamento.
Eu serei, a princípio, aniquilado...
Preciso rever os meus conceitos.
O temor instalou-se profundamente em minha alma, o início da erudição...
 
Por Diógenes Jacó de Souza, Serra da Torre, 27/10/2011.
REVISADO POR PAULO FERNANDO FONSECA. OBRIGADO, MESTRE.
 
 
 
 
 
 
 
 
Wlads
Enviado por Wlads em 05/11/2011
Código do texto: T3318718
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