PÊNDULO
PÊNDULO
Eu precisava renascer do ceio da terra,
Então adentrei à câmara, em meu pensamento.
Ressurgi com novas idéias, incontáveis sonhos.
Esquadrinhei os meus sonhos e atribui a eles dimensões e pesos
Para adequá-los ao compasso de minha nova vida.
Em cada um de meus sonhos novos, há universos inteiros
Com vidas em evolução e novas vidas sendo geradas.
Os sonhos em mim são a esperança que se renova
em instantes que se sucedem em um contínuo.
Sinto, entretanto, que a foice continua suspensa
Como um pêndulo inerte, apreensiva, sobre minha cabeça.
Ela sente-se ansiosa por mandar-me de volta a pó da terra.
Sei que um dia ela entrará em ação.
Que ela permaneça em sua ânsia por um longo tempo...
Minha alma não tem pressa em retornar ao Oriente Eterno.
Preciso do sol matutino como estímulo para lida do dia
O mesmo sol que incansavelmente ressurge no horizonte
E ilumina igualmente a todos.
Preciso do sol no crepúsculo para pacificar meus conflitos
E colocar a natureza em mim em repouso.
A lua hoje chegará tarde.
Desejei que ela apressasse os paços em seu retorno.
Mas sei que ela tem outras almas para iluminar.
Senti-me egoísta em meu capricho.
Às vezes nos esquecemos do outro.
Preciso lapidar o meu espírito e ser mais fraterno.
Preciso ser, efetivamente, guardador de meu irmão.
Por Diógenes Jacó de Souza, em Araripina, 16 de outubro de 2011.