O CÉU NO CREPÚSCULO
Lá estava o sol, no crepúsculo,
jogando tinta no céu que era azul
multicolorindo-o sorridente
feito criança brincalhona e sapeca,
e um novo espaço celeste se fez
com um colorido inesperado,
quase de fogo, sabendo a sangue,
porém de uma beleza inigualável.
Talvez Picasso não soubesse,
como o Astro-Rei conseguiu,
compor essa mistura indelével
de tintas repentinas, de beleza
que ultrapassa os limites do real.
O céu sorria feliz, pude notar,
já espalhando no ar sua alegria
convidando estrelas e o luar
para sua nova roupagem admirar.
Mas a noite, enciumada,
jogou a escuridão no infinito
e borrou a pintura do sol no céu
enchendo o ar de melancolia.