Pensamentos de um domingo

Enquanto andava pelas ruas quase desertas

Sob a fina chuva daquela manhã de domingo

Sentia,

O laço invisível do tempo

Fechando-se sobre minha matéria humana

Enquanto ruminava essa vida

Em que lampejam sentimentos

No breu monótono do cotidiano.

Podem ser alegrias

Igualmente tristezas

As tintas que colorem nossa folha virgem

Enquanto o laço aperta.

Doeu-me o tornozelo

Dor amiga, insistente, que não me deixa

Castigou-me uma saudade

Vício da nostalgia

Da casa demolida

Lembranças agora desabrigadas da minha infância

O que sou eu

O que somos nós todos?

Humanidade perecível

Talvez pontes

Unindo duas eternidades

Sorri para o vira-latas que passava

Pareceu-me entender

Uma cauda frenética e um olhar compassivo

Seguimos direções opostas

Ele atrás de suas latas

Eu revirando respostas

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 25/10/2011
Reeditado em 23/12/2021
Código do texto: T3298293
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