Velado pela consciência
E saber que os dias me foram curados
Torna-me escasso como madrugada dos exaustos
Sem amor como o são os párias da lucidez
Amável como o mais justo dos verdugos
Lépido tal qual manhã desafeto
Não engano ninguém que me surpreenda
Não há repastos a quem aturdido,
abraça inimigo toda noite
Dança páreo ao vulto
inconsciente de todo apanágio
Forte, sem opção,
abaixo lente e do parque de diversões
vejo o cemitério florido de máscaras
esculpidas pela inconsciência feliz
Saudoso do tempo sem sonhos
comprimo último fôlego no peito
Refeito, vou-me tão perto quanto o abismo permitir
Na sua extrema solidez,
delira minha visão de liberdade