RUPTURA!
Perdeu-se no tempo a certeza da escolha sentimental
Na combinação irrealizável de ilusão e esperança,
Transformada em realidade inviável, gosto final.
Lembranças ferem na vã tentativa de afagar
O encontro pueril que se deu lá na magia inicial
Onde os amantes sabiam a tudo compartilhar
O romance precisava a cada dia se reinventar
Não obteve êxito, se oxidou no tempo dos gestos...
O amor precisava de criatividade para se revitalizar
Faltou-lhe o polimento das sutis redescobertas
Cansaço do ego pelo exercício excessivo da vaidade
Morreu na praia na solidão das esperas entreabertas
Distraído se desgastou nos iminentes anseios
Na persistência das teimosias e incertezas...
No jogo oprimido das expectativas dos meios
Vacilou na busca das certezas cultuando só as proezas
Entregou-se ao domínio da dúvida que o permeia
Fossilizou as possibilidades matando a delicadeza
Feito chama que arde em substancia volátil
Extinguindo-se nas cinzas de uma quarta feira
Esvaiu-se, minando a filosofia do sentimento pulsátil
Alimentou-se em demasia de uma vida só de festas
Parecia labareda ardente que se esvaiu como palha
E agora a alma chora e a lágrima aqui se manifesta
O que se deu nos labirintos desse sentimento déspota?
É o mais cruel dos mistérios o buraco negro da separação
Por onde fugiram tantos sonhos na abertura de uma fresta?
Cumpriu seu desígnio, ultrapassou a fronteira da sorte
Às quinze horas e vinte minutos de um tempo qualquer
No ato das circunstâncias, em autofagia feriu-se de morte.
Duo: Lufague e Hilde
Referência: http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/ruptura