RUPTURA!

Perdeu-se no tempo a certeza da escolha sentimental

Na combinação irrealizável de ilusão e esperança,

Transformada em realidade inviável, gosto final.

Lembranças ferem na vã tentativa de afagar

O encontro pueril que se deu lá na magia inicial

Onde os amantes sabiam a tudo compartilhar

O romance precisava a cada dia se reinventar

Não obteve êxito, se oxidou no tempo dos gestos...

O amor precisava de criatividade para se revitalizar

Faltou-lhe o polimento das sutis redescobertas

Cansaço do ego pelo exercício excessivo da vaidade

Morreu na praia na solidão das esperas entreabertas

Distraído se desgastou nos iminentes anseios

Na persistência das teimosias e incertezas...

No jogo oprimido das expectativas dos meios

Vacilou na busca das certezas cultuando só as proezas

Entregou-se ao domínio da dúvida que o permeia

Fossilizou as possibilidades matando a delicadeza

Feito chama que arde em substancia volátil

Extinguindo-se nas cinzas de uma quarta feira

Esvaiu-se, minando a filosofia do sentimento pulsátil

Alimentou-se em demasia de uma vida só de festas

Parecia labareda ardente que se esvaiu como palha

E agora a alma chora e a lágrima aqui se manifesta

O que se deu nos labirintos desse sentimento déspota?

É o mais cruel dos mistérios o buraco negro da separação

Por onde fugiram tantos sonhos na abertura de uma fresta?

Cumpriu seu desígnio, ultrapassou a fronteira da sorte

Às quinze horas e vinte minutos de um tempo qualquer

No ato das circunstâncias, em autofagia feriu-se de morte.

Duo: Lufague e Hilde

Referência: http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/ruptura

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 17/10/2011
Código do texto: T3282902