RAIN

Nada me encanta

Estou entediado...

Não estou entre as moscas porque o marasmo é tanto

Que ate elas se recusam a habitar

Olho lá fora

Cabeças rolam

Homens se perdem atrás de tesouros

Cada um sabe o preço que vale o que lhe é de mais valor

Não vou fingir interesse...

Eles talvez assim o fizessem só por educação

É perca de tempo...

Estou cansado

estou saturado de demagogias forçadas

e a caridade tem-me parecido um gesto puramente visual

Eu serei superior apenas quando eu morrer.

Ou mais inferior...

Dependendo do angulo em que os santos vão me julgar

Sou e serei sempre aquele que :

não se conteve e que tudo quis

mesmo tendo poucas ambições

aquele que respondeu a quem não devia

que teve preguiça

e que manteve sujo o que já havia sido mal lavado

O "cheio de pecados"

Fruto e autor de traições nem tão "impropositais"

Sou o que êxitou

O que cobiçara

E o que negara três vezes ou mais

Serei sempre o que tomou gelado

O que dançou sob a chuva

Serei eu o que estava lá ...

O que protagonizará

Tem e terá muitas historias pra contar

Sou eu uma folha corrida de erros

Escrita em uma letra rabiscada e impaciente

Como se tenta-se gritar

Mas não sou mal...

Não. Não sou...

Sou apenas a colisão catastrófica de tudo

E de versos escritos a 2000 anos atrás

Não sei me contentar nem me caber

Já que o desejo que carrego

Não se comporta em dias iguais.

Otávio Otto
Enviado por Otávio Otto em 16/10/2011
Código do texto: T3279459
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