descanso manso

do verde

a cor da solidão é serena

a cor da esperança é lilás

e o verde?

não posso esquecer, me dá pena

e a minha posição?

tanto faz

do susto

levei um susto

quando você me viu de costas

senti um arrepio na espinha

senti-me como uma amostra

em papel celofane envolvido

pensei que tivesse esquecido

seu nome

pensei que tivesse sobrevivido,

mas me comovi

da dor de quase um dia

observou

que todos os países têm hinos

que as plantas sempre se alegram com as chuvas

que todo mundo tem celular

que o dinheiro nem mesmo é quase tudo

que o navio sempre viaja ajoelhado

talvez com medo do mar

que a indecência está na razão

depois,

acendeu o cigarro

e não foi ao consultório

Rio, 25/06/2006

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 25/12/2006
Reeditado em 02/09/2009
Código do texto: T327401
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.