NASCE EM MIM!

Nascem em mim, em novelos, os sentidos.

Deve ser o espaço que respiro, em solitude

E nele o desassossego do sol embravecido

Que me chega a louco calor de inquietude.

Despertado em meio ao âmago de meu pranto

Lágrimas salgadas correm a beijar meus lábios

Das lembranças que me assolam tanto e tanto

Dias fugitivos do amor de quando em quando

Nascem em mim os sonhos em multiplicidade

Deve ser a máscara do tempo incomparável

A tanger de mim os instantes de realidade.

Na vertigem do vento que me dá voz irrefutável.

Despertando lá do ventre o sentido da saudade

Que geme a cada instante e se faz tão presente

Será o elo que nos une pela sua intensidade?

Ou o ranger dos dentes de quem se fez ausente...

Nascem em mim as vãs reflexões

Deve ser a carência do pensamento vazio

A procura da razão, nos deuses do acaso em refrigério.

Despertados, quem sabe, da própria inconsciência

Das páginas lúgubres rabiscadas pela estrada

Talvez, fruto nascido da insana intransigência

Nasce em mim o mundo verbal que me excita

Deve ser o poeta mudo que me alucina, um aprendiz

Esse que em mim habita, silencia e nada diz.

Despertando o êxtase no encontro com a palavra

Antes emudecido nas masmorras do cruel silêncio

Libertado na arte fecunda a transcender ao soneto.

Duo: Lufague e Hilde

Nota: Inspirado no soneto com o mesmo título constando no endereço:

http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/nasce-em-mim?xg_source=activity

http://silviamota.ning.com/group/hildebrando-menezes-em-duetos

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 10/10/2011
Código do texto: T3267648