NASCE EM MIM!
Nascem em mim, em novelos, os sentidos.
Deve ser o espaço que respiro, em solitude
E nele o desassossego do sol embravecido
Que me chega a louco calor de inquietude.
Despertado em meio ao âmago de meu pranto
Lágrimas salgadas correm a beijar meus lábios
Das lembranças que me assolam tanto e tanto
Dias fugitivos do amor de quando em quando
Nascem em mim os sonhos em multiplicidade
Deve ser a máscara do tempo incomparável
A tanger de mim os instantes de realidade.
Na vertigem do vento que me dá voz irrefutável.
Despertando lá do ventre o sentido da saudade
Que geme a cada instante e se faz tão presente
Será o elo que nos une pela sua intensidade?
Ou o ranger dos dentes de quem se fez ausente...
Nascem em mim as vãs reflexões
Deve ser a carência do pensamento vazio
A procura da razão, nos deuses do acaso em refrigério.
Despertados, quem sabe, da própria inconsciência
Das páginas lúgubres rabiscadas pela estrada
Talvez, fruto nascido da insana intransigência
Nasce em mim o mundo verbal que me excita
Deve ser o poeta mudo que me alucina, um aprendiz
Esse que em mim habita, silencia e nada diz.
Despertando o êxtase no encontro com a palavra
Antes emudecido nas masmorras do cruel silêncio
Libertado na arte fecunda a transcender ao soneto.
Duo: Lufague e Hilde
Nota: Inspirado no soneto com o mesmo título constando no endereço:
http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/nasce-em-mim?xg_source=activity
http://silviamota.ning.com/group/hildebrando-menezes-em-duetos