UMBRAL DO TEMPO
No umbral do tempo o silêncio
nunca quebrado, eterno, lânguido,
vivenciando o imenso vazio
na infinita potência do absurdo
Nada respira, corações não latejam
olhos não enxergam pois inexistem
o nada se multiplica zilhões de vezes
há somente escuridão, brumas
Tudo flui por esse umbral impassível
todavia a vida por ele se esvai
como se água escoando frenética
nos buracos negros da eternidade
Impossível escapar-lhe das garras
é o inevitável verdadeiro, concreto,
a certeza absoluta de que escapar
é verbo que por ele não desliza