PRESENTE DIVINO
Olho para trás e, também, para frente e,
esqueço de olhar o presente.
Quando vem a percepção,
vejo a realidade incidental, sendo ela também, providencial.
Ao perceber,
meus olhos e meu sorriso se tornam existenciais,
tanto ao contemplar a realidade do dia, quanto o voar dos pardais.
Almejo, então, o presente.
Este movimento tão simples e, ao mesmo tempo candente.
Desejo-me um olhar tranquilo,
voltado à plenitude divina e de sua contemplação.
Aquele que não há espaço para a razão exigida, muitas vezes na vida, conforme a percepção.
Exigência torpe e medíocre, que não favorece a essência da vida e muito menos a sua concepção.
Pasmem! Oh, seres divinos, a beleza sublime da vida em sua total radiação.
Atrás de meu dorso carrego:
Os antagonismos da vida,
A busca do vazio,
As ausências das presenças
e, infelizmente, a rejeição.
No futuro almejo:
a sintonia da música,
o frescor da brisa,
o odor da rosa,
o deturpar do egoísmo e do estrabismo com relação à vida, em suas constantes idas e despedidas.
“Parto” no presente, bem como, com o meu “presente divino”.
Com esta ação, deixo alegrias e tristezas, mas, com a satisfação da doação.
Deixando o meu “eu” completo dentro de cada ser divino que guardo em meu coração.
Alegrar-me-ei com as proezas ainda não conquistadas daqueles que deixo, por uma distância complexa em um mundo completo feito pela constelação.
Meu olhar, agora, é o presente grandioso,
aquele que sinto, respiro e, consequentemente, vivo, em uma total projeção.