PRESENTE DIVINO

Olho para trás e, também, para frente e,

esqueço de olhar o presente.

Quando vem a percepção,

vejo a realidade incidental, sendo ela também, providencial.

Ao perceber,

meus olhos e meu sorriso se tornam existenciais,

tanto ao contemplar a realidade do dia, quanto o voar dos pardais.

Almejo, então, o presente.

Este movimento tão simples e, ao mesmo tempo candente.

Desejo-me um olhar tranquilo,

voltado à plenitude divina e de sua contemplação.

Aquele que não há espaço para a razão exigida, muitas vezes na vida, conforme a percepção.

Exigência torpe e medíocre, que não favorece a essência da vida e muito menos a sua concepção.

Pasmem! Oh, seres divinos, a beleza sublime da vida em sua total radiação.

Atrás de meu dorso carrego:

Os antagonismos da vida,

A busca do vazio,

As ausências das presenças

e, infelizmente, a rejeição.

No futuro almejo:

a sintonia da música,

o frescor da brisa,

o odor da rosa,

o deturpar do egoísmo e do estrabismo com relação à vida, em suas constantes idas e despedidas.

“Parto” no presente, bem como, com o meu “presente divino”.

Com esta ação, deixo alegrias e tristezas, mas, com a satisfação da doação.

Deixando o meu “eu” completo dentro de cada ser divino que guardo em meu coração.

Alegrar-me-ei com as proezas ainda não conquistadas daqueles que deixo, por uma distância complexa em um mundo completo feito pela constelação.

Meu olhar, agora, é o presente grandioso,

aquele que sinto, respiro e, consequentemente, vivo, em uma total projeção.

Tatiana Pereira Tonet
Enviado por Tatiana Pereira Tonet em 05/10/2011
Reeditado em 27/08/2019
Código do texto: T3259565
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