Drácula

Quando nasceram noites e dias.

Eu fui o primeiro na escuridão.

Fui a primeira besta ou criatura.

Fui eu que vi o tempo há tempos.

Fui eu que me alimentei de tantos.

Era eu que os homens temiam.

Eu que era adorado chamado.

Deus!

Era eu que saia em noites vazias.

Sentia no calor do sangue a vida.

A vida de todas as idades e fases.

Sentia o último pulsar em minha mão.

Mas de dez mil anos se passaram.

Muitas formas de vida nasceram.

Poucas se criaram, mas eu sobrevivi.

Drácula!

É como os nefastos e profanos.

Como os não iniciados me chamam.

Alguns me chamam de anjo;

Outros me chamam de demônio.

Muitos me chamam de vampiro.

Ninguém mais me chama de Deus.

Mas não sou humano nem monstro.

Fui o primeiro da minha espécie.

Fui o primeiro a andar debaixo do sol.

A ver a dor, a morte e o sofrimento.

Mas sempre andando sozinho.

Vendo quem amei morrer.

E minha amada o sol levou.

Junto levou todo meu amor.

Agora sou corpo frio solitário.

Sou apenas o Drácula.

Não sendo nem a sombra do que já fui um dia.

Sou apenas mito fantasia e mais nada.

Sou ser sem alma...