Anjos Pornográficos
Anjos pornográficos
derramam os malfadados
cálices do Armagedon.
É hora das trevas
e do chá de Sete-Ervas.
Já nada ilumina o Futuro,
que chamavam porvir.
Já nada incendeia
o amorfo Presente
de um Passado
disforme.
Anjos caídos,
sapos engolidos
e gnomos mal-resolvidos.
O Programa Padrão
deleta fantasias;
tolas quimeras humanas,
movidas a Canabis
e a doses de Cana.
Rezam carolas
e pulam as Sete-Marolas,
mas Yemanjá
não vem.
Findo está
o onírico
lirico.
Lúdico já não há,
porque idade
não há.
Fecha-se a cena
e a filosofia de
Avicena
é declamada
nos bordéis
dos putos
menestréis.
Fecha-se o poema,
pois a Musa foi
engolida pelas Minas.
São as tristes sinas.