Outubro
Algo em mim sempre busca os lugares mais escuros,
reconditos lodosos repletos de bruma espessa e rastejante.
A parte de todos que amo e odeio minh'alma dissona flanando distante.
Se me censuras pelo aparente desinteresse
em mil conchas me tranco, é que não sabes amor que vivo
a devorar-te toda sombra e todo pranto.
Aí de mim que sou assim,
à tudo demonstro apego.
Devia olhar mais fundo e prolixar o zelo,
pois sei,sou o elo fraco da corrente e essa sede de serpentear não cessa,
traz então meu Davi que de longe fica a brandir a funda.
A vós que melhores que eu,não passam de ânforas vazias
e vinhos vagabundos, se tens coragem então atirem longe as máscaras e revelem as fuças pro mundo.
Aí de mim que desejo sempre tudo,
que me inflamam as coisas pequenas;
não fosse tão humana,lasciva e fiel amante das coisas terrenas estaria eu perdida no paraíso,
tão imunda mundana,tão pequena.