A busca
A busca
Nem toda verdade abstrata
Me convencerá que sou,
A pedra angular da vida
Que a morte um dia criou.
Que passem todos os séculos
Que o tempo já fabricou,
Nem assim serei tragado
Por um gesto do terror.
É sutil a diferença
Da crença para o fervor,
Os homens foram logrados
Por um surto de temor.
O passado tem seu preço
E o futuro seu favor,
De curar todas as mágoas
Que no peito se alojou.
Eu, na minha simples história,
Já consegui meu penhor,
Já sei aonde vai dar
o caminho que me tomou.
Geralmente se esquece
A morte que nos causou,
Vida por um breve instante
No rompante de calor.
Corremos atrás dos dias
Que a sorte nos ofertou,
E atrás vamos deixando
Semente que germinou.
Meus olhos não vêem as curvas,
Só avisto um corredor,
Intrépido sigo pisando
Nas costa de um perdedor.
Perdido num labirinto,
Não sinto frio nem dor,
Quero só chegar bem rápido
Na linha do vencedor.
Brasília 06/11/2006 Evan do Carmo