O tempo
Não vejo direito o tempo passar
É incerto a contagem do meu tempo.
Quando acho que vinte anos não são nada
Olho para trás e vejo que já vi de tudo
Já soube de todas as novidades humanas
Já entendi mais de mil vezes os corações dos homens
Já dei muitos conselhos
Já escrevi quase um milhão de poesias.
Existem também os momentos comuns
Existem os dias, dos quais eu me lembro cada segundo
Existem os meses inteiros
Que não me lembro de um só dia.
Passa confuso, para mim, o tempo,
Alguns meses me parecem correr como foguetes
Outros, me parece, posso ouvir as asas do helicóptero.
Flap flap flap flap e ainda falta muito.
Zuuummm e já não há tempo para nada.
Os anos já não se contam da mesma forma,
Após o dia das mães vêm logo o dia das crianças,
E antes desse já compro bolas de arvore natalina.
Já passa sem que eu tenha controle o meu tempo,
Às vezes me preocupa, pois “só o tempo cura”,
Mas ele tem passado tão depressa que sequer tem tempo
De lembrar de curar.
“Fica, dia de hoje,
Fica momento que estou com ele”
E o tempo se vai.
“passa aula, passa trabalho”
E o tempo fica.
E no momento mesmo, dessa poesia em versos brancos,
Já vejo a hora de tomar um banho e dormir.
E sei que quando dormir, vão se passar 6,7,8 horas sem que eu tenha consciência
-pois vou estar inconsciente-
Mas também há horas de “consciência” que o tempo passa
Sem que eu sinta estar presente.