ENTRE AS ESTRELAS

Dorme ternamente entre as estrelas,
Vivas, receptivas, singelas,
Transparentes, esverdeadas,
Esverdeadas porque ela quer,
Sonha que é uma menina,
De alma ingênua, cristalina,
Reluzida, seduzida pelo luar.
Sonha que é uma flor orvalhada,
De um etéreo, suspenso jardim,
Onde o jardineiro, é um querubim.
Sonha... não deseja acordar,
Dessa lírica viagem, paisagem rara,
E se mirar no espelho, dar de cara,
Com as rubras dores da vida,
Com o viés, a tez entristecida,
Sujeita a alguns desatinos,
Com o misterioso, inquieto destino,
De se encontrar ou se perder, de ser mulher.