AUTO RETRATO-POESIA -18

E eu que agia, com independência e propriedade,

Agora na realidade, já nem sei quem sou,

À noite faço planos, realizo coisas, só na imaginação,

Quando amanhece o dia, abro os olhos, para ver que nada se concretizou.

Os planos eram fantasias, de realizações impossíveis...

Os sonhos eram quimeras em músicas inaudíveis...

Mais um dia se anuncia, a noite se acabou,

E agora tenho que esperar, mais quantas horas,

Para sonhar, pensando que algo mudou.

Quando ela chega, amiga, companheira,

Para me ajudar a fingir que sou,

Artista, bailarina, atleta ou enfermeira,

Sem cobrar nada, aceita, alimenta minha fantasia,

Segurando minha mão, como um filho, ou um irmão.

E assim sucessivamente,

Lágrimas correm abundantemente,

No momento em que me encontro, e naturalmente é dia,

E me vejo como sou.

E neste devaneio cotidiano,

Sigo, vivo, me reconstruo,

Renasço, e a cada novo dia, me reencontro no absurdo.

E buscando a noite como uma fuga,

Tento me esconder na escuridão,

Amealho forças, para enfrentar o dia,

M e misturando com a multidão.

Não é viver, é uma utopia,

Me escondendo, porque ainda é dia,

Usando máscaras, óculos escuros,

Caminho por corredores obscuros,

Esperando a noite para reviver,

E em meus sonhos, poder apenas, ser.

O gelo, que agora invade minhas entranhas,

É o frio da noite em vielas estranhas,

É o som dos passos solitários,

De quem já morreu, mas de partir se esqueceu...

-AMIGOS RECANTISTAS ESPERO SUAS VISITAS, TAMBÉM EM MEU BLOG:http://zilanicelia.blogspot.com/

Abrçs

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 19/09/2011
Reeditado em 21/05/2015
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