Mutação da Horas

Não sei quando vivo, se ainda vivo

se nas madrugadas a hora é morta

sou o instântaneo ponteiro do relógio

que já passou e não passa agora

quem me dera ser em uma hora inteira

o debruçar no teu colo inquieta e rara

saberia o dia em sol queimar-me ainda

e despedir-me formosa a noite infinda

se as batidas do tempo vão e voltam

por que não volta a razão mais linda?

motivos fáceis são flores nascendo

quero do tempo o real intento

aquele de sonhos e querelas

se por ela vivo é eterno agora

Neusa Azevedo
Enviado por Neusa Azevedo em 19/09/2011
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