Fogo Morto?
No ritmo da aurora onde o coração repousa,
Uma nova paisagem filosófica para que não se ouça
Cria-se em uma disforme forma em tua mente tão exausta
De caminhar nas trincheiras e veredas de aparência fausta.
Fico a um passo panteificante de anos-luz de distância
Entre os abismos de mim e a Verdade, os Indefinidos e Eu,
E nesta tortura infindável, e irresolúvel sou o Prometeu
De um novo fogo indizível que só dilata a minha ânsia
De libertar as chamas do arbítrio que se escravizaram em mim.
Sou a rocha, os corpos, os trajetos de todos os Sísifos do pensar indomesticável,
Nestas fronteiras da Angústia de transfigurar todos os mitos numa pétala de jasmim,
E evola-se todas as sombras policromas no cimo que sou do labirinto inefável.
A poeira gritante de não ser-me todas as possibilidades, coisas e atores,
Cujos barcos naufragaram no céu cadavérico das hipnóticas flores,
As quais choram os holocaustos indultos de meus sonhos infecundos,
Enquanto o Baco sacramental de minha alma cria o coliseu de novos mundos.
Gilliard Alves Rodrigues