O Peregrino

Emana das raízes do sentir grotesco

Fantasiado ao enredo negro carnavalesco

Teu mais impar pensar ante o próprio cortejo

Dividido e calado entre o ser e o estar

Na irrequieta rotina prática dos longos dias

Abortando fétido tal fruto prematuro

Dos gritos desejosos a que ouvias

No silêncio mórbido do escuro

Sangrando as carótidas rompidas

Alimenta-se a morte das tais vidas

Que habitam reles a esfera dos mortais

Prendendo-se tolas, na busca de algo mais

Doravante a tal mistério desejar

Que aos quasares os caibam desvendar

Na bruta atrofia dos cansados cerebelos

E nas masmorras esquálidas dos sombrios castelos

Peregrino molambento rumo ao infinito

Entre realidades horrendas e maravilhosos mitos

A palavra ouvida soa diferente de quando dita

E faz-se por si só, contradito paradigma

Transpõe os tempos tal desejo

De ouvir apenas o que se escuta

E transformar em real o tal anseio

De compreender a matéria-bruta

Ecoam na imensidão dos astros

O clamor cansado e sem perspectivas

Do Homem que deixa seus rastros

Na infinidade contínua dos dias!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 09/09/2011
Reeditado em 09/09/2011
Código do texto: T3210181
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