Entre...

Entre portas que se abrem: Fecho-me.

Entre desejos da carne e silêncio: Isolo-me.

Entre Ser e perder: Esqueço-me.

Novamente na floresta dos meus sonhos

volto a caminhar preenchida...

Lá corro em liberdade, alimento-me da tempestade,

Salto obstáculos sem dificuldade.

Principalmente, mantenho o brilho e a chama no olhar.

Entre frestas e janelas: Abro-me.

Entre a fome da libido e a sede de amar: Degusto.

Entre poder e ter: Alimento o ser.

Recomeço a cada queda um novo construir de sonhos e anseios.

Aqui burilo, investigo, ouso, protejo-me dos próprios instintos.

Observo, provoco, erro, acerto, lapido, insinuo, poeto...

Assim renovo-me, renasço, reergo... Re-faço o percurso

A cada segundo o que de mim se vai... A mim retorna!

E embora seja outro sou o mesmo de outrora.

Embora na loucura – eu seja outra.

Na estrutura da parede do castelo – me refaço.

Do semblante que me observa – eu fujo.

Pelo simples fato - de não saber de mim.

Sinto da loucura a posse do sobrenatural

Fujo de quem se acha normal

Intuo e aprecio a arte do inusitado

Percebo com empatia a criação...

De quem põe a alma na palma da mão.

Duo: Luciana Rocha e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 06/09/2011
Código do texto: T3204943