Entre...
Entre portas que se abrem: Fecho-me.
Entre desejos da carne e silêncio: Isolo-me.
Entre Ser e perder: Esqueço-me.
Novamente na floresta dos meus sonhos
volto a caminhar preenchida...
Lá corro em liberdade, alimento-me da tempestade,
Salto obstáculos sem dificuldade.
Principalmente, mantenho o brilho e a chama no olhar.
Entre frestas e janelas: Abro-me.
Entre a fome da libido e a sede de amar: Degusto.
Entre poder e ter: Alimento o ser.
Recomeço a cada queda um novo construir de sonhos e anseios.
Aqui burilo, investigo, ouso, protejo-me dos próprios instintos.
Observo, provoco, erro, acerto, lapido, insinuo, poeto...
Assim renovo-me, renasço, reergo... Re-faço o percurso
A cada segundo o que de mim se vai... A mim retorna!
E embora seja outro sou o mesmo de outrora.
Embora na loucura – eu seja outra.
Na estrutura da parede do castelo – me refaço.
Do semblante que me observa – eu fujo.
Pelo simples fato - de não saber de mim.
Sinto da loucura a posse do sobrenatural
Fujo de quem se acha normal
Intuo e aprecio a arte do inusitado
Percebo com empatia a criação...
De quem põe a alma na palma da mão.
Duo: Luciana Rocha e Hildebrando Menezes