TEMPLO DO TEMPO

Quando o tempo nos domina na arte do bem fazer,

Não se pode deixar de contemplá-lo até satisfazer

Sob o risco de quedar-se nos infinitos labirintos

Chegamos a tropeços no ninho onde pousam canários

Nos galhos onde pulam as cotovias em seus gorjeios

E todos os passarinhos, de gole em gole,

A tudo bolem no sacolejo das multicoloridas penas

Saltitam agora faceiros e brejeiros

Como se a natureza admirasse por inteira

Engole as palavras tão certas, que encurtam a floresta

Até as réstias de luz banham as folhas em manifesto

No desejo que haja festa, pode descer os muros rasgados de tinta

Tal qual tapete por onde toda a beleza investe

Verte suas lágrimas em mundo bizarro,

Nesse cenário que entoa maviosos traços

É o canto sonoro que grita lançando-as no espaço –

Tornando-se o palhaço de seu próprio infortúnio.

Duo Lu e Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 06/09/2011
Código do texto: T3204904