TEMPLO DO TEMPO
Quando o tempo nos domina na arte do bem fazer,
Não se pode deixar de contemplá-lo até satisfazer
Sob o risco de quedar-se nos infinitos labirintos
Chegamos a tropeços no ninho onde pousam canários
Nos galhos onde pulam as cotovias em seus gorjeios
E todos os passarinhos, de gole em gole,
A tudo bolem no sacolejo das multicoloridas penas
Saltitam agora faceiros e brejeiros
Como se a natureza admirasse por inteira
Engole as palavras tão certas, que encurtam a floresta
Até as réstias de luz banham as folhas em manifesto
No desejo que haja festa, pode descer os muros rasgados de tinta
Tal qual tapete por onde toda a beleza investe
Verte suas lágrimas em mundo bizarro,
Nesse cenário que entoa maviosos traços
É o canto sonoro que grita lançando-as no espaço –
Tornando-se o palhaço de seu próprio infortúnio.
Duo Lu e Hilde