Brava Vida
Uma velha, que por velha, não devia ser chamada assim.
Mas, a quero velha que sendo velha mais bonita parecerá.
Seus braços se ornavam de pulseiras coloridas.
Seus olhos, ah seus olhos! Brilhavam a cor de seus pulsos.
Adorava as manhãs, pela madrugada passava quieta.
Porém, ao iniciar as luzes do dia, sorria, sorria à vida.
Tinha dores a nossa velha amada? Tinha lágrimas?
Certamente ela tinha sim: os dissabores da vida.
No entanto, o quanto viveu havia lhe preparado à felicidade.
Mínimos gestos, pequenas palavras ela soletrava,
com tanto vigor, com tanta força,
que suas rugas se escondiam no encanto da vida.
Esperava pela morte? Não, ela tinha certeza dela.
E quando se tem certeza de alguma coisa não é preciso afrontá-la.
Lírios, rosas, pequeninas flores coloriam os seus dias. Que jardim!
Jardins solenes de sua vida. Porque em um trono ela se sentava.
Sabia ser a princesa, sem reinado, no tempo, em todo infinito.