Bailado dos Dias
Tudo muda brusca e cataclismicamente
No silêncio das patéticas incoerências
Frias e inertes como outrora as vertentes
Das mais incomodas equivalências...
Raspo os dedos no reboco, tenho os olhos úmidos
Queria no amanhecer um arrebol de raios fúlgidos
Mas meus olhos nada vêm além da trêmula fumaça
Trabalhando a atmosfera, dizimando toda a raça
Lavar as mãos do meu próprio sangue
Cingir os rins e caminhar sem norte ou destino
Eis a única opção ativa que o banquete abrange
Agora já, que lamento não ser mais só um menino
Enquanto tua mente mente e sente o quente ar
A realidade não aceita que te retire do inverno
Praticamente não permitindo-te acabar
Insistindo por si mesma pra que tu fiques, à acenar...
E nas margens do caminho sentir a vida passar!