Catadióptricos Alvinegros

Teus olhos de cigana me mergulham no infinito

E rompem o podre odre do invólucro banal realístico

Deixando meu encéfalo orejizante e operoso, ainda que contradito

Sobre teus menos harmoniosos segredos malquistos

Catadióptricos em meio ao denso negror dos sonhos apagados

Brilham catalépticos esses fatídicos e bravios olhos enclausurados

Numa dimensão noturna e pacificamente arborícola

Em meio aos falhos galhos escapa um feixe de luz da tapera

Iluminando enfolhada a atrípede gaziva à minha intima lápide

Catacumba fantasmagórica da idiossincrasia incoerente

E descarnam-se molambentos os últimos pensamentos materializados

Restando do banquete de paradigmas sinistros, os primeiríssimos átomos...

Esmigalho-me maltrapilho neste universo retíneo

Assassinado pelas projeções horrendas do teu hipocampo

Sou bruto e mero fruto de seu pensar cataclísmico

E aqui, na fria realidade, o resto negro de um passado branco

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 29/08/2011
Código do texto: T3189556
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