Des(a)tino
Porto que navega
a procura de navio seguro
por tantas marés inconstantes
Horizontes
são verticais abandonados
deitados entre o céu e a terra
exangue ao encontro de uma elisão
Deste opróbrio sentí degraus
galgando amor a passos prontos
de encontro a rapsódias no azul do céu
Vago por estepes fendidas
deste devaneio às escuras folhas
em sobras do nada
Alma crispada fundo e mais que profundo
ao momento em que transita imobilidade
pisando nesta terra que me descalça o peito
Ouço o cantar de cabelos soltos ao vento
alvéolos e refletores dançam ondulantes
Eu, que já me farto de eões,
suaviso-me embebendo-me taças de céus transparentes
Sonhos banqueteados nas lágrimas isentas de tristeza
ao ouvir nome como despertar fôra
da única tormenta que já não aquiesce
este ombro pesado em balanças e lembranças