Des(a)tino

Porto que navega

a procura de navio seguro

por tantas marés inconstantes

Horizontes

são verticais abandonados

deitados entre o céu e a terra

exangue ao encontro de uma elisão

Deste opróbrio sentí degraus

galgando amor a passos prontos

de encontro a rapsódias no azul do céu

Vago por estepes fendidas

deste devaneio às escuras folhas

em sobras do nada

Alma crispada fundo e mais que profundo

ao momento em que transita imobilidade

pisando nesta terra que me descalça o peito

Ouço o cantar de cabelos soltos ao vento

alvéolos e refletores dançam ondulantes

Eu, que já me farto de eões,

suaviso-me embebendo-me taças de céus transparentes

Sonhos banqueteados nas lágrimas isentas de tristeza

ao ouvir nome como despertar fôra

da única tormenta que já não aquiesce

este ombro pesado em balanças e lembranças

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 07/07/2005
Código do texto: T31858