A VIDA

A lucidez é um fardo,

Assim como os lúcidos

O são para os ébrios,

Pobres bêbados

Mais infelizes ainda os sóbrios

Pois sabem do mal que os atinge,

A consciência é um fardo,

Mas ainda para quem sabe,

Afinal estes carregam os bêbados

E os sóbrios

Em sua consciência

Tão presente o fardo

A martelar o que já sabemos

A repetir enfadonho

Tudo cansaço e a tenção

De um fado

Tão bem tocado

Que se torna feio.

...

Eu vivo na expectativa torpe de que minha vida seja como um cigarro

Podendo se acabar no próximo segundo, eu quero viver e também quero fumar

Triste é a vida de um viciado, menos alegre saber disso

Vejo a pequena, em passos inseguros mas tão apegados ao solo...

Seu pai segurava sua mão, agora dá-lhe liberdade

Mas sem tirar-lhe os olhos. Ah pai desajeitado

Mesmo em seu cuidado com os tropeços dessa vida

Que não é sua e por mais que seja sua experiência, não pode por ela ser vivida...

Não tenha tanto cuidado pai... Sei, não quer ver sua pequena e frágil sofrer,

Mas não pode por ela dar a vida, nem padecer e sofrer antes que aconteça;

O tropeço, a desilusão, não que a gravidade o seja.

Falo do mundo, da vida da dor de ser estar, mesmo contida

Mesmo e sempre no amor ao que dói...

À vida...

jonnez
Enviado por jonnez em 26/08/2011
Código do texto: T3184248
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