Madrugada à Nau

Ah, que loucura me invade

A mim dedico a saudade

De sonhar no vão em vão do espaço

Ah, que prazer se enche em meu peito

O tempo em mim é próprio de si, o suspeito

De ponto em ponto a que me enlaço.

Atravesso de vez o caminho do acaso

E abraço, num passo à deriva

A face que me antes consumia

Sou de novo, um sujeito estranho

Estranha sensação que arranho

No peito apenas a antiga sangria.

Escorre feito água entre os dedos

Sem se ver escapa dos olhos

Acolhe com a alma um desejo

Faz de dor, tomada a vida

Pássaro voante de três asas.

Liliane Tsumanuma
Enviado por Liliane Tsumanuma em 25/08/2011
Código do texto: T3180757
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