VISTA CHINESA

Uma vez, lá em Pequim

Registrei tudo em poesia

Acendi o rastilho do festim

Cenário de encantos e magias

A pedido de um velho mandarim

Ele provou que gostava de mim

Tamanho, foi o meu contentamento

Quando o cara, num gesto de cortesia

Chamou-me educado a um canto

Colocou na mesa um belo documento

De presente, me deu um apartamento

Do programa de governo

Dizendo que assim tratam aos poetas

E com pomposa cerimônia e sutileza

Concedeu-me essa proeza deliciosa...

Casa própria de surpresa

Que, se não era lá muito grande

Inundou-me de lágrima até a glande

Mesmo assim, uma beleza...

Digna de um membro da nobreza

O chão no teto, tudo inverso

Onde postei prosas e versos

Uma ampla janela de vidro

Que deu vida às paredes

Seus contornos e bordas...

Para maior luminosidade

Feixes de arco íris na eletricidade

E direito à vista chinesa...

Foi assim que matei a pobreza

Isso é tudo o que me lembro...

Duo: JL Semeador e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 24/08/2011
Código do texto: T3179018