ÚLTIMO CAMINHO

São João Batista – agosto de 2011

ÚLTIMO CAMINHO

O amparo desencarno, a ascensão.

O silêncio da elevação.

O nunca do sagrado sexo.

É assim, tem que ser assim, o universo do igual.

Todos os caminhos vão chegar.

Passado, glamour, vozes, pilares, status, sentido de humanidade.

Abrem os ventos do mistério, a passear sem interrupções...

É a eternidade o seu tempo aqui, é só a saudade o poder de lá, é só a horrível imensidão a sua casa aqui.

O sabor das cinzas num lábio qualquer, a parada que não se vê, o conhecido que na alma não se conhece, o esperado que nunca se espera.

Há quem colore com branco, outros escuridão... Mas nunca luz, quem sabe outros tons.

O amparo desencarno, a ascensão.

O silêncio da elevação.

O nunca do sagrado sexo.

É assim, tem que ser assim, o universo do igual.

Mesmo tamanho pra todas as coisas, a mesma coisa pra todos os olhos.

E um gesto pra solução... O resolver tem outro impacto... O desespero desliza suave deixando mais fresca a realidade.

É aquela fruta com o exato odor do que quero.

Desejo, desejo, todo o ritmo do físico em uma caixa de memórias, os ciclos e rotinas passam a construir uma exclusa história.

É para alguém, é para todos.

O amparo desencarno, a ascensão.

O silêncio da elevação.

O nunca do sagrado sexo.

É assim, tem que ser assim, o universo do igual.

Douglas Tedesco