Além da razão
Vou muito além
Que os limites de qualquer razão.
Vou além dos conhecimentos e das fronteiras,
Sou único por ser tantos.
Sou minhas dúvidas e conflitos.
Sou testemunha das minhas mortes,
Dos meus renascimentos e transformações.
Fui além do desconhecido para buscar,
Me confundi comigo mesmo quando me vi,
Chorei por mim quando rudemente,
E tantas vezes me atiraram
Num mundo primitivo cheio de limitações,
Me puseram num corpo ridículo e pobre,
Cheio de vicíos e deformidades.
Algumas vezes macho, outras fêmea.
Algumas vezes tudo, outras nada,
Me confundo no que fui e no que sou,
Não raro me sinto longe
Não de um mundo, mas quem sabe de um céu?
Outras vezes tão pouco, por tão pequeno
Que me sinto daqui, desse universo perdido,
Desse mundo primário que esconde os medos,
Fraquezas e covardias artrás de deuses
Criados pelo temor do que desconhecem.
Sou uma mistura da elite transcendente
Com uma plebe de rudimentar existência
Por isso minhas mutações
Entre alma e corpo. ou entre nada e alma.