"SER"

"Ser":
É esta enquanto tempo presente. E,
É também, rio que corre:
Nunca tem as mesmas águas duas vezes
Em seu curso.
O influir pra afluência e, confluir!
Não há como fixa-lo.
É indeterminado!
É indomável!
É misterioso!
Tudo fez o "Eterno"
Formoso á seu tempo;
No coração do homem,
Pôs a eternidade...
Mas esta é oculta á ele.
O sol é novo todos os dias
No tempo que não pode parar. Da
Inconstância do seu constante movimento:
Noite – dia; dia – noite...

Então, o ser enquanto rio.
Corre no curso do perfeito!
O que é já foi!
O que há de ser – também já foi
É corrente... Não pára
É o novo em cada curso!
Melhor é o fim das coisas
Do que o princípio delas. Pois,
A experiência da vivência
Produz a paciência, ao seu fim.
Na grandeza da sabedoria
Corre o curso da maturidade. O "ser":
Enquanto rio que foi; é felicidade.
Existo, logo penso!
No pensar, eu sou o existir!

"Ser":
É fruto –
Dentro está sua semente,
Que caindo no chão
Há mortificação
Pra dele, vida sair.
No tempo certo – presente:
Há colheita... Do semear.
O "ser" enquanto fruto
Amadurecido... Pro segar.
Ah! Deliciais do tempo certo!
"Ser" como um fruto maduro:
Seguro!
Sábio!
Prudente!
No "ser", está.
O conhecimento e o entendimento;
Nele habita
A inteligência e a prudência.
Tal é o ser –
Rio que corre e vai
Desemboca na nascente do "Eterno".
Fruto que tem em si
O morrer; e o viver á sair.
Destino – um propósito no existir;
Esperança – tempo e modo –
Em seguir o prosseguir e cumprir!
O ser do ser!