Aos corvos!

Contemplo-me assim…

neste vazio aparente

severo o limbo que o sustenta

baça a forma que o adentra

nos socalcos da minh’alma ímpia

Desperdiço a vida

e desfaleço exangue

reverdeço de anemia

no inferno que me rejeita

e condena a um céu

que não fiz por merecer

cemitério onde encontro a paz

e num impropério

me proclamo moribundo

Pedi aos corvos

que me debicassem os olhos

e os escondessem nos restolhos

Enganei-os!

Disse-lhes que morri de morte natural…

Fana
Enviado por Fana em 30/07/2011
Código do texto: T3128564
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