Aos corvos!
Contemplo-me assim…
neste vazio aparente
severo o limbo que o sustenta
baça a forma que o adentra
nos socalcos da minh’alma ímpia
Desperdiço a vida
e desfaleço exangue
reverdeço de anemia
no inferno que me rejeita
e condena a um céu
que não fiz por merecer
cemitério onde encontro a paz
e num impropério
me proclamo moribundo
Pedi aos corvos
que me debicassem os olhos
e os escondessem nos restolhos
Enganei-os!
Disse-lhes que morri de morte natural…