Caminhos

A fulguração das cores

Que em mim brilha,

Representam as dores

Que encontrei nas trilhas.

A cada passo do meu caminhar,

Uma nova diretriz,

Um pouco de mim eu pude montar

Da forma que eu mesmo quis.

Outro tanto não,

Essa parte foi a vida,

Que me modelou com sua mão

Da forma mais devida.

Quem nesse mundo diria,

Que dores podem ser belas?

Quem nesse mundo quereria

Colorir sua vida com elas?

É como dizer ao cego

Que ele pode enxergar.

E como falar que é belo

Ao que a beleza parece faltar.

E que racional desse orbe

Teria coragem de desmentir,

E dizer ao sonhador que acorde,

Que pare de se iludir?

Quem teria a força

Para deter a evolução,

E quem deixaria na forca

O pescoço do próprio irmão?

Mas são essas visitas insanas

Que fazem de nós um peculiar.

São experiências humanas

Que nos ajudam a burilar.

E trazem consigo a glória

De modelar a nossa essência,

Trazendo a vitória

De sermos mais que aparência.

Quando um dia eu for

Para o caminho que escolhi,

Terá mais fulgor

No caminho que percorri.

Pois estarei de encontro

À força que me criou

E que aguarda meu ponto

De descoberta de quem sou.

Idas e vindas percorrerão

Nessa jornada infinda,

Conduzindo-me a direção

De novos rumos ainda.

E aquelas dores,

Que pensam ser tristes,

São os meus professores

Que nunca os vistes.

Ensinando-me a perdoar,

A sentir e amar,

Dizendo-me que para voar,

Antes, é preciso me lançar.

Cadim Martins
Enviado por Cadim Martins em 30/07/2011
Reeditado em 31/07/2011
Código do texto: T3127892