Caminhos
A fulguração das cores
Que em mim brilha,
Representam as dores
Que encontrei nas trilhas.
A cada passo do meu caminhar,
Uma nova diretriz,
Um pouco de mim eu pude montar
Da forma que eu mesmo quis.
Outro tanto não,
Essa parte foi a vida,
Que me modelou com sua mão
Da forma mais devida.
Quem nesse mundo diria,
Que dores podem ser belas?
Quem nesse mundo quereria
Colorir sua vida com elas?
É como dizer ao cego
Que ele pode enxergar.
E como falar que é belo
Ao que a beleza parece faltar.
E que racional desse orbe
Teria coragem de desmentir,
E dizer ao sonhador que acorde,
Que pare de se iludir?
Quem teria a força
Para deter a evolução,
E quem deixaria na forca
O pescoço do próprio irmão?
Mas são essas visitas insanas
Que fazem de nós um peculiar.
São experiências humanas
Que nos ajudam a burilar.
E trazem consigo a glória
De modelar a nossa essência,
Trazendo a vitória
De sermos mais que aparência.
Quando um dia eu for
Para o caminho que escolhi,
Terá mais fulgor
No caminho que percorri.
Pois estarei de encontro
À força que me criou
E que aguarda meu ponto
De descoberta de quem sou.
Idas e vindas percorrerão
Nessa jornada infinda,
Conduzindo-me a direção
De novos rumos ainda.
E aquelas dores,
Que pensam ser tristes,
São os meus professores
Que nunca os vistes.
Ensinando-me a perdoar,
A sentir e amar,
Dizendo-me que para voar,
Antes, é preciso me lançar.