Contemplo e Oro a tarde.


De fundo, tremeluz a tarde que arde em preguiça...
Se esvai em carmins velados,
Desdobra nuances, sentidos de arte,
finge desmaio e cai, transpira a brisa
nos braços da tarde...E vai.

Um suspiro se eleva de enlevo,
Pneuma inspira, expira num sopro que arde
sutil alma, conspira o espírito,
invoca o Nome de toda criação.
Torna a Presença viva e amorosa,
desperta, vigia, discerni os dias,
caminhos de realização...

Essência radiosa está sempre aí...No eixo.
Profundo silêncio, interno movimento
Consciência do sopro
Desfaz os nós, a clara luz de dentro.

Dócil e paciente na fonte
Religada ao Ser...declina a fronte,
grata à vida que acolhe e faz ser
Tudo o que É: a Vida, o Vivente, a luz, a beleza,
A própria presença do Amor.

Tu e Eu somos UM...
Nos braços da tarde que vai.
Contemplo a leveza da estrela que surge
Repouso em seu brilho,
todas as coisas...respiro.