E eu me vi humano...
e o meu pedaço de humanidade
e o caco de gente que me sobra
se debate, se revolve
se consome na penumbra
além da esquina do olhar
pedaço vivo morto de mim
intransigente alma de poeta
lúgubre e salobra essência
Vaza-me em lamentos
ao papel vai-se e se derrama
espalha nele meu coração
ah, poesia
filtro de meu ser...
que não me permite debalde
a ruminância amarga de meu fél
mas adocica meus verbos
ameniza substantivos e adjetivos
transmutando meu visgo
em néctar silvestre
onde bebes, óh colibrí
da doçúra embriagante
que desconhecia eu possuir.
*para minha amada jujumary